Timbiras

Localiza-se na região central de Belo Horizonte e foi a primeira a ser construída distante das vilas, favelas ou periferias da cidade. O terreno onde está implantada foi desapropriado para a implantação de um centro cultural no imóvel existente, denominado “Casa Amarela”, tombado pelo patrimônio histórico municipal, que se encontrava em ruínas.

Em função da enorme aceitação das UMEIs pela comunidade escolar decidiu-se pela alteração da finalidade da desapropriação desse imóvel e pela implantação de mais esta escola infantil. Foi necessária a desapropriação de outros dois terrenos contíguos, uma vez que a área da casa existente era insuficiente para abrigar o programa de necessidades. Portanto a UMEI Timbiras contemplou tanto a restauração da Casa Amarela quanto a construção de prédios anexos onde, efetivamente, estão abrigados a grande maioria dos espaços necessários para o seu funcionamento.

A Casa Amarela tem área construída de 288 m2, apresenta restrições impostas pela legislação municipal quanto ao uso dos espaços e, portanto, nos prédios anexos é que estão localizados os compartimentos fundamentais para o funcionamento da UMEI. Visando ampliação do espaço da rua e distanciamento em relação ao imóvel a ser preservado, os prédios anexos foram locados mais ao fundo do terreno, permitindo que a área externa, destinada à recreação, se situasse junto ao alinhamento da Rua Timbiras, criando uma praça, protegida e resguardada, nivelada acima do passeio público, porém visível aos habitantes da cidade, frequentada pela alegria, algazarra e correria das crianças.

Quanto aos prédios anexos foram projetados de forma a conciliar a arquitetura das UMEIs, que já vinham se espalhando pela cidade, com a arquitetura da Casa Amarela, construída no final do século XIX. O projeto elaborado para as UMEIs buscava potencialização do Programa Primeira Escola e deveria marcar presença nas regiões onde eram implantadas. Aqui na Timbiras entendeu-se que caberia à Casa Amarela o papel de destaque, cabendo aos prédios anexos o papel coadjuvante. O cone colocado sobre a caixa d’água no projeto padrão das UMEIs, presente em todas elas, foi retirado do volume da edificação principal, foi assentado no chão da praça, tornou-se mais um equipamento de recreação para as crianças e se estabeleceu como elo formal com a arquitetura das unidades já construídas.

Esse elo com a arquitetura das UMEIs foi consolidado através da manutenção da mesma linguagem das salas de atividades presentes em todas as outras unidades construídas em Belo Horizonte.