UMEIs

As UMEIs foram criadas em 2002 quando a Prefeitura de Belo Horizonte determinou a criação das escolas infantis, equipamento público inédito na cidade até então, pois deveria agrupar no mesmo prédio as creches, para crianças de zero a dois anos, e as pré escolas, estabelecimentos para crianças de três a seis anos de idade.

Em Belo Horizonte não existiam prédios escolares públicos criados especificamente para essa finalidade, as creches ou as pré escolas municipais funcionavam precariamente em prédios adaptados, com instalações inadequadas para o seu uso pelas crianças. Foi então constituído um grupo de trabalho estruturado em dois pólos, um responsável pela rede física, da área de obras da Prefeitura, o GGEI, coordenado por mim, e outro constituído por pedagogos e psicólogos da Secretaria de Educação, responsável pelo projeto pedagógico a ser implantado nessas escolas.

A UMEI for a primeira escola pública, em Belo Horizonte, projetada para as necessidades das crianças, com bancadas baixas, janelas na altura dos olhos, mobiliário, instalações sanitárias, equipamentos de recreação e biblioteca, permitindo que a criança pudesse transitar livremente pelo prédio escolar sem a presença constante de adultos, contribuindo para o seu pleno crescimento e desenvolvimento.

As UMEIs foram criadas em 2002 quando a Prefeitura de Belo Horizonte determinou a criação das escolas infantis, equipamento público inédito na cidade até então, pois deveria agrupar no mesmo prédio as creches, para crianças de zero a dois anos, e as pré escolas, estabelecimentos para crianças de três a seis anos de idade.

Em Belo Horizonte não existiam prédios escolares públicos criados especificamente para essa finalidade, as creches ou as pré escolas municipais funcionavam precariamente em prédios adaptados, com instalações inadequadas para o seu uso pelas crianças. Foi então constituído um grupo de trabalho estruturado em dois pólos, um responsável pela rede física, da área de obras da Prefeitura, o GGEI, coordenado por mim, e outro constituído por pedagogos e psicólogos da Secretaria de Educação, responsável pelo projeto pedagógico a ser implantado nessas escolas.

A UMEI for a primeira escola pública, em Belo Horizonte, projetada para as necessidades das crianças, com bancadas baixas, janelas na altura dos olhos, mobiliário, instalações sanitárias, equipamentos de recreação e biblioteca, permitindo que a criança pudesse transitar livremente pelo prédio escolar sem a presença constante de adultos, contribuindo para o seu pleno crescimento e desenvolvimento.

“A UMEI foi a primeira escola pública, em Belo Horizonte, projetada para as necessidades específicas das crianças”

“A UMEI foi a primeira escola pública,
em Belo Horizonte, projetada para as necessidades específicas das crianças”

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A arquitetura deveria reverberar pela cidade, de forma a contribuir para a divulgação do equipamento público, que se colocava à disposição da comunidade, marcando claramente a presença do estado a serviço da sociedade.

Presumia-se que o impacto visual seria decisivo para a divulgação da UMEI e para a sua preservação como equipamento a ser implantado definitivamente na cidade. Ao mesmo tempo era imprescindível que o prédio fosse viável economicamente. Essa viabilidade econômica não significa que deveriam ser empregados materiais de acabamento descartáveis ou pouco duráveis, existia a intenção de se utilizar materiais que resistissem a ação do tempo, que diminuíssem custos de manutenção do prédio. Também foi intencional que o padrão de qualidade fosse o mesmo em qualquer região da cidade, estivesse a UMEI situada no centro ou na periferia.

Pretendia-se arquitetura digna, porém sem luxo, e definitivamente não se pretendia “arquitetura pobre para pobre”. Por ser equipamento importantíssimo para a educação no Brasil não se deveriam produzir arroubos ou extravagâncias arquitetônicas que provocassem a falência do projeto ou a construção de poucas e excepcionais unidades.

A arquitetura deveria reverberar pela cidade, de forma a contribuir para a divulgação do equipamento público, que se colocava à disposição da comunidade, marcando claramente a presença do estado a serviço da sociedade.

Presumia-se que o impacto visual seria decisivo para a divulgação da UMEI e para a sua preservação como equipamento a ser implantado definitivamente na cidade. Ao mesmo tempo era imprescindível que o prédio fosse viável economicamente. Essa viabilidade econômica não significa que deveriam ser empregados materiais de acabamento descartáveis ou pouco duráveis, existia a intenção de se utilizar materiais que resistissem a ação do tempo, que diminuíssem custos de manutenção do prédio. Também foi intencional que o padrão de qualidade fosse o mesmo em qualquer região da cidade, estivesse a UMEI situada no centro ou na periferia.

Pretendia-se arquitetura digna, porém sem luxo, e definitivamente não se pretendia “arquitetura pobre para pobre”. Por ser equipamento importantíssimo para a educação no Brasil não se deveriam produzir arroubos ou extravagâncias arquitetônicas que provocassem a falência do projeto ou a construção de poucas e excepcionais unidades.

“A arquitetura deveria reverberar pela cidade”

“A arquitetura deveria reverberar pela cidade”

Na medida em que foram sendo construídas os muros de alvenaria foram definitivamente abandonados e substituídos por gradis que possibilitavam o contato visual pleno com a rua.

Desejava-se que a escola se apresentasse para o bairro, que não se isolasse da realidade externa, que contribuísse para a diminuição da violência urbana e que não fosse mais um espaço de segregação social. Uma arquitetura convidativa certamente traz contribuição nessa direção.

Na medida em que foram sendo construídas os muros de alvenaria foram definitivamente abandonados e substituídos por gradis que possibilitavam o contato visual pleno com a rua.

Desejava-se que a escola se apresentasse para o bairro, que não se isolasse da realidade externa, que contribuísse para a diminuição da violência urbana e que não fosse mais um espaço de segregação social. Uma arquitetura convidativa certamente traz contribuição nessa direção.

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“O estabelecimento de um diálogo da escola com a comunidade, que deve ser recebida de braços abertos, é essencial para a melhoria da educação”

“O estabelecimento
de um diálogo da escola com
a comunidade, que deve ser recebida de braços abertos,
é essencial para a melhoria
da educação”

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Para que fosse possível a construção das primeiras UMEIs em prazo tão exíguo foi adotada a estratégia de se projetar três tipologias de projetos padrão.
No primeiro momento a estratégia funcionou, mas posteriormente foi necessário a criação de mais tipologias.

Na medida em que havia a necessidade de serem construídas em terrenos com características topográficas cada vez mais diferentes, foi preciso identificar os elementos arquitetônicos mais marcantes e definidores dos projetos e encaixá-los de outras maneiras, formando novas tipologias ou mesmo sem tipologia alguma, mas sem a perda da marca conquistada.

Os elementos arquitetônicos presentes nos prédios, essenciais para a identidade da UMEI, foram dissecados, podem e poderão ser manipulados com outras configurações espaciais. A proposta seria garantir a preservação da marca e o padrão de qualidade da Unidade Municipal de Educação infantil.

Para que fosse possível a construção das primeiras UMEIs em prazo tão exíguo foi adotada a estratégia de se projetar três tipologias de projetos padrão.

No primeiro momento a estratégia funcionou, mas posteriormente foi necessário a criação de mais tipologias. Na medida em que havia a necessidade de serem construídas em terrenos com características topográficas cada vez mais diferentes, foi preciso identificar os elementos arquitetônicos mais marcantes e definidores dos projetos e encaixá-los de outras maneiras, formando novas tipologias ou mesmo sem tipologia alguma, mas sem a perda da marca conquistada.

Os elementos arquitetônicos presentes nos prédios, essenciais para a identidade da UMEI, foram dissecados, podem e poderão ser manipulados com outras configurações espaciais. A proposta seria garantir a preservação da marca e o padrão de qualidade da Unidade Municipal de Educação infantil.

As UMEIs foram acolhidas pela cidade, se tornaram queridas e desejadas pela população. Desde então se tornaram objeto de disputa política, foram incorporadas ao debate na cidade. Sofreram tentativas de extinção, mas defendidas firmemente pela Secretaria Municipal de Educação se mantiveram sólidas e se tornaram a primeira PPP
da Educação no Brasil. 

“Construídas inicialmente nas periferias e favelas, atraíram a atenção da classe média, de quem também se tornaram objeto de desejo”

“Construídas inicialmente nas periferias e favelas, atraíram a atenção da classe média, de quem também se tornaram objeto de desejo”

Nessa modalidade foram construídas 46 em Belo Horizonte, entre os anos de 2013 e 2016. Atualmente em Belo Horizonte funcionam mais de 100 unidades construídas com o padrão GGEI/NEPE-EI. Citando Simone Capozzi, no edital do periódico AU:

“A arquitetura é forte aliada da melhoria das condições de vida do homem… Por isso, são tão importantes iniciativas como a da prefeitura de Belo Horizonte, que implantou uma série de escolas para crianças de até cinco anos

planejadas por arquitetos assessorados por uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogos e pedagogos, além de garantir aos professores condições adequadas para desenvolver suas atividades, um ambiente que oferece recursos para aguçar a natural curiosidade das crianças proporciona melhores condições no avanço do aprendizado. A arquitetura e o planejamento urbano não bastam para tornar uma sociedade mais justa e menos miserável, mas tem enorme responsabilidade na promoção da autoestima e da qualidade de vida das pessoas. ”

“A arquitetura é forte aliada da melhoria das condições de vida do homem… Por isso, são tão importantes iniciativas como
a da prefeitura de Belo Horizonte, que implantou uma série de escolas para crianças de até cinco anos planejadas por arquitetos assessorados por uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogos e pedagogos, além de garantir aos professores condições adequadas para desenvolver suas atividades, um ambiente que oferece recursos para aguçar a natural curiosidade das crianças proporciona melhores condições no avanço do aprendizado. A arquitetura e o planejamento urbano não bastam para tornar uma sociedade mais justa e menos miserável, mas tem enorme responsabilidade na promoção da autoestima e da qualidade de vida das pessoas. ”

O projeto pedagógico da educação municipal foi acolhido no projeto arquitetônico da UMEI. O espírito desse casamento foi potencializado através da arquitetura do prédio, está definitivamente sacramentado na história da cidade e da educação em Belo Horizonte.

O Projeto Escola Infantil, fruto de casamento bem-sucedido entre o projeto pedagógico e o projeto arquitetônico, se sustentou e as UMEIs continuam presentes no cartel de obras da cidade. Foram construídas mais de 50 através do processo normal de licitação de obras públicas e 46 através da PPP- Parceria Público Privada PBH (Prefeitura Belo Horizonte/Odebrecht).

As primeiras UMEIs atendiam 270 crianças. Posteriormente novos modelos de projetos foram elaborados, os prédios foram ampliados e a capacidade aumentou para 440 crianças por unidade, por ano.

O projeto pedagógico da educação municipal foi acolhido no projeto arquitetônico da UMEI. O espírito desse casamento foi potencializado através da arquitetura do prédio, está definitivamente sacramentado na história da cidade e da educação em Belo Horizonte.

O Projeto Escola Infantil, fruto de casamento bem-sucedido entre o projeto pedagógico e o projeto arquitetônico, se sustentou e as UMEIs continuam presentes no cartel de obras da cidade. Foram construídas mais de 50 através do processo normal de licitação de obras públicas e 46 através da PPP- Parceria Público Privada PBH (Prefeitura Belo Horizonte/Odebrecht).

As primeiras UMEIs atendiam 270 crianças. Posteriormente novos modelos de projetos foram elaborados, os prédios foram ampliados e a capacidade aumentou para 440 crianças por unidade, por ano.